A Reencarnação - no Espiritismo e em Outras Religiões
A reencarnação é Lei Natural. O ser espiritual por estar incurso nela desde sempre (não sabemos o nosso princípio, (1)) tem-na em si mesmo como idéia inata.
Assim nas religiões primitivas ela já é reconhecida, porém eivada de crendices e superstições próprias daquele estágio evolutivo. No Totemismo e no Animismo, a reencarnação é entendida mitológica e a metempsicose faz parte dos “dogmas” adotados.
Para o dogmatismo ocidental, monoteísta, esse tema suscita sincretismos mitológicos e a figura do diabo ou dos santos prevalece na mente condicionada pelas imposições religiosas.
Nas religiões orientais, principalmente o Budismo, o Hinduismo, a conceituação da reencarnação está ligada ao panteísmo e, a alma junge-se ao corpo físico pela Lei do Karma com objetivo de se desvencilhar da influência da matéria. Nessas doutrinas a metempsicose também é considerada visto que o Karma pode impor nascimentos em Reinos que não o hominal.
(Obs.- A palavra Karma, portanto, não é Espírita uma vez que ela tem acepção própria dentro dos conceitos da sua Doutrina reencarnacionista. Muitos Espíritas utilizam-se dessa palavra (erroneamente) porém o sentido que se quer da a ela é de Lei de Causa e Efeito ou de Ação e Reação, mais condizente com os fundamentos espíritas.)
Mas o que distingue o fundamento reencarnacionista no Espiritismo em relação as outras religiões é o seu caráter evolutivo. O Espiritismo revela que a Lei da Reencarnação está associada a Lei da Evolução. Todos os seres renascem tantas vezes quantas forem necessárias para evoluir e não retrocedem jamais. Do mesmo modo que não temos ainda condições de ter consciência do nosso início na senda evolutiva também não sabemos o nosso futuro.
A Lei da Evolução associada a da Reencarnação não é considerada por nenhuma outra Doutrina sendo, no Espiritismo, este o fator que a distingue das demais doutrinas reencarnacionistas.
Desse modo a metempsicose não é considerada, pois não há castigo ou retrocesso da criatura, mas, amparo, progresso e oportunidades infinitamente renovadas de adequação à Lei de Amor que conduz a criatura ao aperfeiçoamento infindável.
(1) O Livro dos Espíritos, perg. 17